PROGRAMAÇÃO
outubro | 2023
DETALHAMENTO DA PROGRAMAÇÃO
Em breve vai começar nosso IV Simpósio Repensando Mitos Contemporâneos: Artes performativas e formas de vida,
Por aqui estamos programando os tempos e preparando os espaços para que nossos encontros sejam aconchegantes e potentes.
Nosso convite ao convívio envolve algumas preparações do lado de quem chega também, por isso escrevemos pedindo algumas coisas:
* que venham vestindo roupas confortáveis
* que tragam um copo, uma cuia ou cumbuca para comer e seus talheres
* que tragam uma toalhinha de rosto
* e também uma canga, esteira ou tapete de yoga
* que se protejam com protetor solar para nossas caminhadas
* Um pedido especial para o eixo do Sonhar: tragam um sonho. Pode ser um sonho recente, um sonho antigo, o sonho da véspera, um fragmento de sonho...pode trazer anotado em um papel, desenhado ou apenas na sua memória. Só não esqueça de trazê-lo.
Nos encontraremos logo,
abraços,
Equipe IV Simpósio Repensando Mitos Contemporâneos: Artes performativas e formas de vida.
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O evento será realizado presencialmente na Universidade Estadual de Campinas (Campus Campinas), nos seguintes espaços: Casa do Lago, Departamento de Artes Cênicas, Departamento de Artes Corporais e ADUNICAMP
ENCONTROS PREPARATÓRIOS
Realização de 4 encontros preparatórios coordenados por pesquisadores convidados especialistas nas temáticas e docentes do programa, com a presença de pesquisadores e estudantes do PPGAC. Os encontros serão dedicados a refinar as propostas iniciais apresentadas pela organização do evento, especialmente para os workshops que serão realizados pelos participantes dos grupos de trabalho. Este é um momento para um diálogo aprofundado e para a criação de composições entre os coordenadores (pesquisadores convidados e organizadores) que conduzirão as propostas nos três dias oficiais do Simpósio.
Participantes: Ana Cristina Colla (UNICAMP, BR), Ana Maria Rodriguez Costas (UNICAMP, BR), Cassiano Sydow Quilici (UNICAMP, BR) Daniel Tércio (ULISBOA, POR), Denise C. F. de Camargo (UNB, BR), Diego Alves Marques (UNICAMP, BR), Erika Kobayashi (BR), Francisco Huichaqueo (UDEC, CHILE), Jorgge Menna Barreto (UCSC, EUA), Holly Cavrell (UNICAMP, BR), Lucila de Jesus (Instituto Sedes Sapientiae, BR), Marisa Lambert (UNICAMP, BR), Natascha de Cortillas Diego (UDEC, CHILE), Verônica Fabrini (UNICAMP, BR).
Data: 02 e 03/10/2023, das 9h às 12h e das 14h às 17h
Público-alvo: alunos e professores do Programa de Pós-graduação em Artes da Cena relacionados à organização e produção do Simpósio
Informações gerais: Os dois primeiros dias de evento serão dedicados apenas para o público-alvo desta atividade. O credenciamento e abertura do evento ocorrerão no dia 04/10, às 8h30.
MESA DE ABERTURA
Título: Artes performativas e formas de vida: Caminhar, Cozinhar, Sonhar
Resumo: O desejo de aproximação entre arte e vida, que surge com as vanguardas históricas no começo do século XX, reaparece no contexto contemporâneo numa atmosfera, muitas vezes, distópica. A discussão agora gira em torno das possibilidades das artes semearem experiências que possam produzir marcas e memórias, estimulando a renovação das formas de vida, em contraponto aos dispositivos biopolíticos que instrumentalizam os modos de existência (Agamben, 2014). Nesta mesa de abertura, trabalhando com uma noção expandida do fazer artístico, conectada às práticas cotidianas e suas possibilidades de ressignificação e potencialização, três pesquisadores convidados e três pesquisadores organizadores apresentam os eixos temáticos do Simpósio, convidando as/os participantes a reflexões e atividades artísticas em torno de “ações vitais”, ligadas à alimentação, às caminhadas e ao aprofundamento da relação com os sonhos.
Palestrantes: Ana Cristina Colla (UNICAMP, BR), Ana Maria Rodriguez Costas (UNICAMP, BR), Francisco Huichaqueo (UDEC, CHILE), Jorge Menna Barreto (UCSC, EUA), Verônica Fabrini (UNICAMP, BR), Diego Alves Marques (UNICAMP/BR)
Data: 04/10/2023, às 09h
Público-alvo: aberto a toda comunidade acadêmica e público em geral.
PRÁTICAS DE ATENÇÃO E SILÊNCIO
Exercícios de atenção e silêncio, envolvendo todos os participantes, baseados em tradições contemplativas, especialmente o Budismo do Sul da Ásia. Tais práticas tradicionais são muito eficazes para a interrupção do nosso envolvimento automático, físico e mental, com o cotidiano, abrindo espaço para uma percepção mais sutil da realidade e uma disponibilidade de conexão com o outro, estados estes fundamentais para as investigações propostas nas atividades do Simpósio. A condução dos exercícios tem como base investigações sobre a relação entre tradições contemplativas e processos artísticos de criação.
Coordenação: Cassiano Sydow Quilici (UNICAMP, BR)
Período: 4/10 (13h30 às 14h); 5/10 (8h30 às 9h); 6/10 (8h30 às 9h)
Duração: 30 minutos
Público-Alvo: alunos de Graduação e de Pós-Graduação em Artes da Cena (dança, teatro, performance), professores, pesquisadores, por meio de inscrição prévia.
WORKSHOPS
Período: 4/10 (14h às 17h) e 5/10 (9h às 12h e 13:30h às 17h)
Duração de cada workshop: 3 horas (período da manhã) e 3h e 30min. (período da tarde)
Público-Alvo: alunos de Graduação e de Pós-Graduação em Artes da Cena (dança, teatro, performance), professores, pesquisadores, por meio de inscrição prévia.
Os inscritos serão organizados em 3 grupos de trabalho (Grupo I, II e III) que irão participar dos workshops nos três eixos temáticos do evento.
Os workshops práticos acontecerão em diálogo com as atividades de cunho mais reflexivo (palestras e mesas) e serão guiados pelas pesquisadoras e pesquisadores convidados elencados em cada eixo. As dinâmicas de composição serão múltiplas, mobilizadas pelo foco de atuação de cada pesquisador/a em conjunto com os participantes de cada grupo.
⤔ EIXO CAMINHAR ⬹
Míticas do andar: caminhar sem norte, conduzido por Diego Alves Marques (UNICAMP, BR)
Resumo: Se andar pelas ruas da América do Sul tem significado enfrentar todo tipo de medo, é importante lembrar que apenas no Brasil, cerca de 77 milhões de pessoas declararam sentir algum nível de temor ao caminhar pelas cidades, de acordo com o último censo publicado pelo IBGE, em 2010. Nesse contexto, a proposta da aula performática é discutir de que modo o caminhar como prática estética tem enfrentado o rebaixamento simbólico do ato de andar a pé pelas cidades, ao promover a desautomatização da percepção corporal cotidiana urbana conforme cruza práticas artísticas contemporâneas com princípios de cosmopercepções inerentes a determinados saberes tradicionais. Caminhadas, travessias, errâncias que tentam interrogar: o que aconteceria se nossos pés escavassem o asfalto da topofobia até chegar a lugares sonhados onde a terra ainda pulsa?
Ressonâncias: corpo caminhando com a paisagem, conduzido por Daniel Tércio (ULISBOA, POR)
Resumo: A ressonância pode ser encarada, não apenas como o mecanismo base de funcionamento do ouvido humano, mas também como modelo de geração de conhecimento. Enquanto a razão implica a disjunção entre sujeito e objeto, a ressonância envolve a sua conjunção, onde a razão exige separação e autonomia, a ressonância implica adjacência, empatia e o derrubar da fronteira entre quem percebe e o que é percebido. Partindo da experiência da caminhada, pretende-se intensificar o andar na paisagem enquanto modo de sentir as paisagens em termos de emaranhamento perceptivo, ou seja, enquanto modo de fazer ressoar a paisagem no corpo e com o corpo.
⤔ EIXO COZINHAR ⬹
Patrimonio culinario y sus memorias afectivas, conduzido por Natascha de Cortillas Diego (Universidad de Concepción, CHILE)
Resumo: Propõe um diálogo culinário que se instala como mediador entre a arte, o território e as atividades sociais periféricas, muitas vezes minimizadas, abandonadas ou esquecidas pelos modelos totalizantes das práticas culturais. Compreender as transferências culinárias como uma plataforma de colaboração e participação social que busca equilibrar os grandes paradoxos da cena contemporânea globalizada, por meio do reconhecimento e visibilidade de projetos de artistas latino-americanos que trabalham a alimentação como elemento central na produção de obras.
Performatividades Viscerais, conduzido por Jorgge Menna Barreto (University of California Santa Cruz, BR/EUA)
Resumo: Praticando as artes de notar, investigaremos o nosso entorno em busca de matinhos comestíveis para o preparo dos sucos específicos. Ao ingerí-los, buscaremos perceber a coreografia interna dos nossos órgãos compondo com as bebidas degustadas. Cultivaremos assim a sensação de nossas microvilosidades intestinais enquanto tentáculos, que ao se relacionarem com esses alimentos, também se alongam vigorosamente até a paisagem que os tornaram possíveis. Usaremos os conceitos de escultura ambiental, exercício crítico-metabólico, participação celular, veganismo e ativismo alimentar para lubrificarmos nossas línguas e aquecermos o debate sobre as possíveis relações entre os uso da terra em arte e em agroecologia.
O caminho da Camellia sinensis da terra ao corpo, conduzida por Erika Kobayashi (BR)
Resumo: Em torno da planta Camellia sinensis (planta a partir do qual se processa o chá verde), seus aspectos sensoriais, botânicos e culturais, serão propostas três atividades. [1] SEMENTE - Cultivar a presença em práticas corporais que ativam os sentidos e experimentação de movimentos documentados na colheita e processamento do chá verde. Temas abordados: memórias, afeto, natureza, ancestralidade. [2] BROTO - Criação coletiva do altar no espaço em que vai acontecer o chá em performance. Evocação de intenções (sonho coletivo) em experiência artística compartilhada a partir de um olhar contemporâneo sobre a cerimônia do chá. [3] PLANTA - Degustação guiada a partir da preparação da bebida em conjunto e exploração da forma como a planta se expressa em diversos aspectos: técnico, sensorial, vibracional.
⤔ EIXO SONHAR ⬹
Encontros oníricos, conduzido por Lucila de Jesus (Instituto Sedes Sapientiae, BR)
Resumo: A partir de sua experiência como psicanalista, psicóloga e estudiosa das práticas do sonhar entre os Kamaiurás, o sonho será abordado em sua dimensão pessoal e coletiva. A primeira parte da prática evoca a memória e a contação de sonhos, construindo um tecido onírico gerador de vínculos. Segue- se a ampliação das imagens narradas e por meio de práticas corporais, serão experienciados estados de devaneio e estados oníricos, visando a manifestação de uma qualidade especial de comunicação, nomeada por Gonçalves como “Comunicação silenciosa”, assim como a objetivação destes em práticas expressivas como a cena, o gesto, a dança, a performance, a instalação. O artista visual e cineasta Francisco Huichaqueo, trará sua contribuição na passagem das imagens oníricas às configurações cênicas-performativas, cartografando o sonho como método, segundo o pensamento mapuche.
La imagen antes de la imagen, conduzido por Francisco Huichaqueo Pérez (UDEC, CL)
Resumo: Fruição de trechos de vídeos e fotografia do artista, seguidos de discussão acerca das relações entre territórios de imaginário, com destaque para a cosmovisão e cosmopercepção mapuche. Reflexão sobre imagem e paisagem social, histórica e cultural, a partir das múltiplas dimensões do sonhar mapuche, de sensibilização, percepção e ativação do imaginário onírico pessoal e seus atravessamentos culturais. Confluências entre o sonho como registro e a arte como registro do sonhado.
Caminharcomersonhar: modos de percepção e comunidades temporárias (registros performativos), conduzido por Denise C. F. de Camargo (UNB, BR)
Resumo: Apreciação de exemplos de "livro-de-artista" e discussão sobre modos de registro de processo nas artes vivas, seguida da ativação do imaginário onírico, tomando como dispositivos de devaneio as imagens fotográficas da artista. Corporificação, objetivação das imagens em transposições cênico- performativas e poéticas transversais. Reflexão sobre modos de criação no contexto afro-brasileiro e o papel dos sonhos nesse contexto.
PALESTRA
Caminhar e ressoar a paisagem
Palestrante: Daniel Tércio (ULISBOA, POR)
Resumo: o professor, ensaísta e crítico de dança, Daniel Tércio irá aprofundar o tema Ressonâncias: corpo caminhando com a paisagem desenvolvido em seu workshop, contextualizando-o no bojo das pesquisas que vêm desenvolvendo em Portugal, a última delas intitulada TEPe, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, sob a epígrafe “A Cidade, o Corpo e o Som”.
Data: 4/10, às 18h30
Público-Alvo: alunos de Graduação e de Pós-Graduação em Artes da Cena (dança, teatro, performance), professores, pesquisadores, por meio de inscrição prévia.
seguida de prática experimental
MESA
Conversas sobre o sonhar
Integrantes: Denise C. F. de Camargo (UNB, BR), Francisco Huichaqueo (UDEC, CHILE), Lucila de Jesus (Instituto Sedes Sapientiae, BR)
Mediação: Marisa Lambert (UNICAMP, BR) e Verônica Fabrini (UNICAMP, BR)
Data: 5/10, às 18h30
Público-Alvo: alunos de Graduação e de Pós-Graduação em Artes da Cena (dança, teatro, performance), professores, pesquisadores, por meio de inscrição prévia
ENCONTRO DOS GRUPOS DE TRABALHO
Momento dedicado à observação e análise dos registros realizados ao longo dos workshops nos três eixos temáticos do Simpósio. Cada um dos grupos irá se dedicar a sistematizar seu percurso experiencial e investigativo para apresentar - performativamente - uma síntese aos demais.
Coordenação geral: Denise Camargo (UNB, BR) Mediadores: pesquisadores organizadores e pesquisadores convidados
Data: 6/10 das 8h30 às 12h
Público-alvo: Participantes dos Grupos de Trabalho I, II e III.
COMPARTILHAMENTOS DAS PESQUISAS (GTs)
Momento dedicado às apresentações performativas (prático-reflexivas) dos Grupos de Trabalho (Grupos I, II e III) seguida de uma conversação entre os participantes, mediada por pesquisadores da comissão organizadora e pesquisadores convidados.
Mediação: pesquisadores organizadores e pesquisadores convidados
Data: 6/10, das 14h às 17h
Público-alvo: Participantes dos Grupos de Trabalho I, II e III.
PERFORMANCE - ENCONTRO DE ENCERRAMENTO
Sopa da Biodiversidade, conduzida por Jorgge Menna Barreto (University of California Santa Cruz, EUA)
Resumo: A Sopa da Biodiversidade é uma performance em que preparamos uma sopa com todos os ingredientes que são regionais e sazonais do lugar do preparo. Funciona como uma “fotografia da paisagem” para ser lida por nossas vísceras. As sopas podem ser pratos muito inclusivos, tanto em termos da quantidade de ingredientes que pode incluir, como da quantidade de pessoas que pode alimentar.
Data: 6/10 das 18h30 às 20h30
PERFORMANCE
Chá de Cigarra – onde não caibo mais, com Erika Kobayashi (BR)
Resumo: A artista se propõe a investigar o que carrega em termos de ancestralidade. O que é molde e o que a molda, deformidades e deslocamentos. O que ela projeta e o que nela é projetada das imagens e estereótipos da mulher amarela. O que cria, recria, inventa e fabula. Ritual dança entre sorver e servir se nutre da documentação em corpo de gestos da colheita e de fazer o chá.